No ambiente de trabalho, o trabalhador pode estar exposto a alguns tipos de agentes cancerígenos. Ou seja, produtos ou substâncias que ao entrarem em contato com o corpo humano, provocam reações que promovem o desenvolvimento do câncer.

No Brasil, os agentes citados a seguir destacam-se como os mais importantes;

– Metais: Entre os mais comuns estão o arsênio, o cádmio, o mercúrio e o níquel.

– Agrotóxicos: O Brasil é considerado o maior consumidor mundial de agrotóxicos.

– Solventes orgânicos: Intensamente utilizados no Brasil, desde a indústria química e petroquímica até o uso doméstico, como removedores de ceras e tintas.

– Formaldeído: O formol tem sido amplamente utilizado por salões de beleza, no Brasil, para alisar os cabelos das clientes. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) proibiu o uso, bem como em produtos de limpeza.

– Poeiras: Asbesto ou Amianto, tendo todos os seus tipos classificados como cancerígenos; Sílica, que provoca câncer de pulmão.

Estima-se, em ordem mundial, que os números de pessoas com câncer mais que dobraram em trinta anos. De uma maneira geral, o câncer acontece pela associação entre a exposição a substâncias cancerígenas e características genéticas típicas a cada trabalhador. Vamos então entender melhor alguns dos principais tipos de câncer que acometem os trabalhadores brasileiros:

– Pele: Quando detectado precocemente, apresenta altos índices de cura. Entre os fatores de risco para o desenvolvimento deste câncer, encontram-se pele clara, condições climáticas, herança genética e exposição a diversas substâncias químicas (incluindo também os agrotóxicos).

Deve-se evitar a exposição do trabalhador nos horários em que o sol está mais intenso, e quando esta se faz necessária, deve-se utilizar toda a prevenção adequada.

– Pulmão: Bastante agressivo, é a causa de morte por câncer mais comum. Apesar de ter seu desenvolvimento bastante relacionado com o tabagismo (hábito de fumar cigarros), diversas substâncias e atividades ocupacionais estão relacionadas com o seu desenvolvimento. Alguns tipos de metais estão diretamente relacionados com o câncer de pele, como por exemplo:

– Arsênio: Encontrado em agrotóxicos, fundição, mineração e refinaria de metais.

– Berílio: Encontrados em indústrias que processam a substância, usada como componente de ligas, em cerâmicas e na indústria nuclear.

– Cádmio: Usado na produção de baterias níquel-cádmio e no revestimento de metais.

– Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPA): Encontrados na produção de alumínio, gaseificação do carvão, exaustão/emissão de diesel, fundição de ferro e aço e produção de negro de fumo (ou fuligem).

Para a prevenção, deve-se evitar a exposição as substâncias perigosas. O uso de EPI e/ou EPC é insuficiente, pois não impede que os demais trabalhadores também fiquem expostos aos riscos. O mais adequado é adotar medidas para substituir o agente ou a substância.

– Cabeça e pescoço: A maior incidência acontece no Brasil, dentre os países da América Latina. A exposição ao formaldeído agrava o surgimento de câncer nessas regiões do corpo. Dentre os mais recorrentes estão:

– Câncer de laringe: Tipicamente masculino. Seu desenvolvimento está relacionado ao fumo, bebidas alcoólicas e exposições a fatores ocupacionais.

Como medida preventiva, deve-se optar por alterações tecnológicas e uso de produtos menos tóxicos.

Em muitos casos torna-se difícil adotar medidas alternativas para o uso de produtos químicos. Mas as alterações devem sempre ser analisadas e discutidas. O papel do trabalhador, nessa situação, consiste em utilizar sempre o EPI adequado para o risco ao qual se encontra exposto, zelando pelo seu bem-estar.

A Pele

A pele é um tecido muito sensível que cobre todo nosso corpo.

Vivemos sem nenhum exagero, dentro de uma cápsula, nossa pele.

Apesar de fina a pele é muito resistente.

Contém entre dois e três milhões de glândulas de suor, as quais despejam ao exterior cerca de um litro por dia durante os meses quentes.

Se não tivéssemos a pele, não poderíamos sentir nada ao tocar objetos ou pessoas.

A pele é uma camada misteriosa entrelaçada de delicados circuitos elétricos, antenas, cabos, interruptores, tecidos e muitos outros mecanismos.

Recebe um terço do sangue do corpo.

A pele é um órgão vivo que, como uma árvore, elimina as células (vermelha) mortas e desenvolve outras novas que as substituem.

Se a ferirmos, abrimos uma brecha por onde pode entrar toda espécie de germes e vírus que podem atacar nossos órgãos internos.

É muito importante protegermos nossa pele para que esta possa proteger nosso corpo.

Não devemos expô-la a vapores irritantes e líquidos e a atritos de materiais que possam feri-la.

A melhor forma de conseguir isto é usando a proteção individual de que melhor se ajuste ao trabalho específico que realizemos.

E não só devemos protegê-la no trabalho, mas também fora.

Há pessoas que não se preocupam se queimam sua pele por exporem-se demasiadamente ao sol.

Só quando o médico lhes diz que contraíram câncer por terem exposto sua pele excessivamente aos raios ultravioletas do sol, é quando começam a valorizar sua pele, mas já é demasiado tarde.

Outras pessoas não dão nenhuma importância aos arranhões, cortes ou picadas que sofrem em sua pele.

Não se preocupam em ir à caixa de primeiros socorros e desinfetar essas pequenas lesões.

Qualquer lesão, por menor que seja, pode causar inflamações graves em nosso corpo.

Por isso nunca esquece dos cuidados com a pele.

Não aja com negligência, seja consciente!